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Este é um espaço aberto e dinâmico para divulgar e compartilhar conhecimentos e práticas para o desenvolvimento sustentável.

PROJETO MACROPEDAGÓGICO 2009

FORMAÇÃO
do indivíduo
TRANSFORMAÇÃO
da sociedade

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Agua e turismo




Podemos reconhecer três grandes domínios na superfície do planeta. O maior deles é a talassosfera, a esfera formada pelas águas marinhas. A segunda é a epinosfera, constituída pela terra firme. A terceira é a limnosfera, reunindo os ecossistemas aquáticos continentais superficiais e subterrâneos.Há quem diga que a Terra deveria chamar-se planeta Água, já que 70% da sua superfície é dominada pelos oceanos. Em termos de área, de fato, a água é soberana. Em termos de volume e de massa, porém, as rochas duras e fragmentadas em diversos graus prevalecem. Sob a mais profunda fossa abissal existe rocha de alguma forma.
Sabe-se também que a água é de vital importância para os seres vivos, quase todos eles apresentando em seus organismos uma composição semelhante à superfície do planeta: 70% de líquido. E não apenas no corpo a água é vital, senão também que no entorno de cada indivíduo.
O ser humano e a águaDesde os primórdios do Homo sapiens e mesmo dos hominídeos, a água cumpre várias funções, além de manter o organismo em equilíbrio. Nas antropossociedades de economia extrativista e de vida nômade, os ecossistemas aquáticos marinhos e continentais eram fonte de alimento, meio de higiene e via de comunicação. O naturalista alemão Hermann Burmeister, empreendendo uma expedição científica no Brasil do Século 19, escreveu que os índios eram anfíbios, pois adoravam viver na água dos rios.
Para as antropossociedades pré-urbanas de economia rural e vida sedentária, a água, além dos usos anteriores, servia também para a irrigação agrícola e dessedentação do gado. Por sua vez, as sociedades históricas viveram em estreita dependência da água, seja drenando seu excesso, seja irrigando os solos áridos para a agropecuária. Basta examinar as civilizações mesopotâmica, egípcia e andina em suas origens.Por mais que os ecossistemas aquáticos marinhos e continentais fossem usados para a recreação, não se pode falar em seu aproveitamento para o turismo, visto que esta atividade nasce no ocidente, no Século 19.Em O Território do Vazio, um livro que já se tornou clássico, Alain Corbin demonstra que a praia deixou de ser um lugar de desembarque e de pescadores e passou também a ser apreciada pela aristocracia e pela elite intelectual como um território a ser freqüentado para banhos, caminhadas, cavalgadas e temporadas. A praia é criada pelo imaginário europeu no final do Século 18 e merecerá obras literárias de prosa e poesia. Esta atração se estende por todo o Século 19 e chega aos nossos dias.Há, porém, uma diferença significativa entre a maneira de olhar a praia nos Séculos 18, 19 e 20 em comparação ao Século 21. O ponto de encontro entre a talassosfera e a epinosfera foi incorporado à cultura européia como local para tratamento de doenças. Proliferaram as praias medicinais por toda a Europa e o mundo europeizado.No Brasil, havia praias cercadas, com hotéis em que pessoas enfermas se hospedavam para recuperar a saúde. Acreditava- se que o sal e a água fria e limpa lavavam as doenças do corpo e da alma. Também os rios adquiriram este significado no imaginário ocidental. Gilberto Freyre, no intuitivo livro Nordeste, de 1937, analisa a relação da lavoura canavieira com as águas continentais. Diz ele que, na fase do engenho, que perdurou do Século 16 ao final do Século 19, o ser humano aceitou os rios com suas curvas e caprichos, sem macular em demasia suas águas. Nelas, banhavam-se nuas moças brancas e doentes pelo confinamento residencial e pelo uso de roupas inadequadas. As casas, prossegue ele, tinham suas frentes voltadas para os rios, com trapiches por onde desembarcavam seus proprietários e agregados bem como visitantes.Era possível beber de suas águas sem filtração ou fervura, ainda que houvesse uma verdadeira aversão pelas águas paradas das lagoas e dos brejos. O advento da usina e do engenho central movidos a vapor, mudou a relação da agroindústria sucro-alcooleira com os rios. Pouco a pouco, as casas lhes viraram as nádegas, que passaram a despejar nas águas a calda quente e fétida resultante da produção do açúcar e do álcool.
As águas e o turismoSó final do Século 19 e princípio do Século 20, as águas, já dessacralizadas pela sociedade industrial, passam a despertar interesse recreativo e turístico. Marcos Polette explica como um rio, uma lagoa e uma praia passam de paraíso a inferno. Primeiramente, aparece um ricaço num ecossistema aquático rústico, habitado, no máximo, por comunidades tradicionais de pescadores. Suas belezas naturais motivam-no a conseguir um terreno por meios lícitos ou ilícitos, onde constrói uma casa para os finais de semana e para os meses de veraneio.O encanto do local leva-o a convidar amigos para passarem fins de semana ou temporadas. Esses também se interessam em adquirir um terreno e construir uma casa. O processo se repete e se multiplica. Os intrusos passam, então, a pleitear do poder público a pavimentação da estrada de acesso para facilitar a viagem. Por ela começam a chegar aqueles que pretendem passar apenas um dia. Para atendê-los, aparecem os construtores de pousadas e de hotéis. Casas mais simples passam a ser construídas. A economia das comunidades tradicionais é desmantelada. Os primitivos moradores são empregados pelos donos de mansões, pela rede hoteleira e pelo comércio ou são expulsos do lugar.
Assim, o turismo autofágico acaba subtraindo dos ecossistemas aquáticos marinhos e continentais a beleza que estimulou a sua ocupação. Depois de tornar insuportável o atrativo, os pioneiros ricos saem à procura de outros lugares para iniciar o mesmo processo. Viveram esta trajetória as praias de Tijuca, de Leblon e Ipanema, de Copacabana, de Cabo Frio e Búzios, de Guarapari e arredores, da Bahia e do Nordeste, de um modo geral. O mesmo sucedeu com as lagoas da Região dos Lagos do Estado do Rio e com quase todos os rios.
O ecologismo, o turismo e as águasA crise ambiental da atualidade está levando à construção de um novo paradigma ou a uma nova atitude diante da natureza. O ecologismo é que melhor a expressa. Praias, rios e lagoas não são apenas as bordas do mar ou as margens que canalizam um curso d?água ou que encerram uma porção dela. São ecossistemas em que a água, posto que vital, é um dos componentes de um todo complexo incluindo solo, subsolo, estrutura geológica, clima e seres vivos. Como ensina a ecologia, os ecossistemas, por mais generosos que sejam, têm limites. Se estes são infringidos até o ponto de retorno possível, eles tendem a restabelecer o equilíbrio. Caso contrário, é preciso a intervenção humana para restaurá-los.Em resumo, os ecossistemas aquáticos marinhos e continentais são finitos e devem ser respeitados na sua singularidade. Eles não são depósito de lixo e esgoto. Habitam-no plantas, animais e outros organismos indispensáveis à sua saúde.Estamos longe ainda de observar os preceitos do novo paradigma. A maioria das pessoas continua deixando a ética na ponta de um pau, como fez Macunaíma ao deixar a Amazônia, quando colocam os pés numa praia, num rio ou numa lagoa. Diante de nós, vislumbramos dois horizontes. Um deles foi bem descrito por Ignácio de Loyola Brandão no romance Não Verás País Nenhum, com praias cercadas e interditadas para o banho, devido à sua poluição, e com rios e lagoas contaminados e secos. O outro consiste no esforço de mudanças culturais, de proteção aos ecossistemas aquáticos e de restauração dos que foram degradados por um turismo consumista e predatório.


(Texto enviado para o e-mail da professora Alessandra Leal, encminhado pelo professor universitário Arthur Soffiati)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Utilização da agua na geração de energia





A água é um recurso de valor inestimável para a humanidade, participando de praticamente todas as suas atividades, desde a alimentação até a geração de energia. A conscientização da escassez deste recurso e de sua limitada capacidade de renovação transforma, a cada década que passa, a procura por este bem mineral, tornando-se mais acirrada a competitividade entre setores. O crescimento populacional aliado à intensificação das atividades de caráter poluidor tem, em todo mundo, mostrado a ocorrência de problemas relacionados à falta desse recurso, em condições adequadas de quantidade ou de qualidade, para o atendimento das necessidades mais elementares das populações.
A natureza finita da fonte renovável "recurso hídrico" contém um aspecto crítico, que deve ser analisado sob a ótica do crescimento populacional. São poucos os outros recursos essenciais à vida, que estão restritos por limites de disponibilidade tão definidos quantos os recursos hídricos. Com a concentração populacional, a disponibilidade média de água renovável por habitante tende a diminuir o que repercute sobre a saúde e os padrões de qualidade de vida. A garantia de acesso à água em quantidade suficiente e com qualidade adequada vem adquirindo, cada vez mais, contornos estratégicos para a sobrevivência das nações.
Entre 1940 e 1990 a população mundial duplicou, passando de 2,3 para 5,3 bilhões de habitantes, com o respectivo consumo de água aumentando de 1.000km3 para 4.000km3. Portanto, neste período, ocorreu a quadruplicação do consumo per capita de água por ano. A constatação prática destas duas tendências, neste fim de século, devido às características finitas do recurso, pressupõe uma remota probabilidade de que nova quadruplicação ocorra no consumo. Segundo as estimativas, o limite superior de água utilizável no globo para consumo situa-se entre 9.000km3 e 14.000km3 (Freitas, 1998). Dentro desta perspectiva, o aumento da população implicará no uso desta reserva, para o consumo e para a melhoria da qualidade de vida proveniente do uso de energia elétrica.
A água total existente no planeta apresenta a seguinte distribuição: 97,5% – água salgada e 2,5% – água doce. Por sua vez, a água doce encontra-se nos seguintes percentuais: 69% em geleiras e neves eternas, 30% de água subterrânea, 0,7% em outras situações, tais como umidade do solo, pantanais e solos congelados, e 0,3% em rios e lagoas (Gleick, 1993). O Brasil, quinto país do mundo em superfície, possui 8% do total de água doce existente no mundo. Diante deste quadro verifica-se que, em nosso país, a fonte de energia mais abundante e de menor custo de geração tem sido de origem hidráulica.

As dimensões geográficas, aliadas às condições hídricas do território brasileiro, favoreceram o largo emprego deste potencial para a produção de energia, levando a um maior investimento na implantação de hidrelétricas.


3- Informações Fluviométricas e Pluviométricas para a Geração de Energia Elétrica


Para se elaborar estudos de inventário, projetos e construir reservatórios hidrelétricos se faz necessário um amplo conhecimento do meio ambiente, necessitando-se assim de informações sobre as condições e a evolução dos recursos hídricos. Para tanto, o Brasil possui uma rede hidrológica considerável, com 3.434 estações fluviométricas e 8.625 estações pluviométricas (destas, 1.614 fluviométricas e 2.268 pluviométricas são monitoradas pela ANEEL), possibilitando assim o estudo das águas para sua utilização (ver capítulo sobre Rede Hidrométrica).
No Brasil, a rede hidrometerológica ANEEL/MME, de maior importância do setor energético, demanda recursos da ordem de 15 milhões de dólares/ano para operação e gerenciamento, ou seja, 3,6% do montante dos recursos provenientes da Compensação Financeira e Royaties pagos pelas usinas hidrelétricas em operação no país.
Especialmente para o setor elétrico, as redes de coletas de informações proporcionam a elaboração de séries históricas que são fundamentais para a elaboração de projetos destinados ao aproveitamento ótimo energético dos cursos d’água, além do fornecimento de importantes subsídios para o estabelecimento de regras operativas para os reservatórios existentes.


4- O Potencial Hidrelétrico Brasileiro


Os primeiros registros da história da hidreletricidade no Brasil são dos últimos anos do Império, quando o crescimento das exportações do país, principalmente de café e de borracha culminaram com a modernização da infra-estrutura do país, tão necessária à produção e ao transporte de mercadorias.
A modernização dos serviços de infra-estrutura abrangiam, também, serviços públicos urbanos como linhas de bondes, água e esgoto, iluminação pública e a produção e distribuição de energia. Com o aumento das atividades industriais e da urbanização, o investimento na área de energia elétrica, ainda muito tímido, passou a ser bastante atrativo.
Nos primórdios, há relatos de pequenas usinas com pouca potência destinadas a usos privados em moinhos, serrarias e algumas tecelagens. A grande concentração dessas usinas ocorreu em Minas Gerais, disseminando-se na direção sudeste, até chegar a São Paulo.
Em 7 de setembro de 1889, às vésperas da proclamação da República, foi inaugurada a primeira usina hidrelétrica de maior porte destinada ao serviço público. A usina de Marmelo-0, com uma potência instalada de 250 kW, foi construída no rio Paraibuna com o objetivo de fornecer eletricidade para iluminação pública da cidade de Juiz de Fora/MG.
O excedente da energia gerada pelas usinas hidrelétricas era aproveitado em pequenas redes de distribuição implantadas por seus proprietários. Estas pequenas redes foram se expandindo pelas regiões vizinhas, chegando a motivar o aumento de potência de muitas usinas.
A evolução do parque gerador instalado sempre esteve intimamente atrelada aos ciclos de desenvolvimento nacional. Os períodos de maior crescimento econômico implicavam num aumento da demanda de energia e, conseqüentemente, na ampliação da potência instalada. Igualmente, as épocas recessivas afetaram diretamente o ritmo de implantação de novos empreendimentos.
Em síntese, entre 1880 e 1900, o aparecimento de pequenas usinas geradoras deveu-se basicamente à necessidade de fornecimento de energia elétrica para serviços públicos de iluminação e para atividades econômicas como mineração, beneficiamento de produtos agrícolas, fábricas de tecidos e serrarias. Neste mesmo período, a potência instalada aumentou consideravelmente, com o afluxo de recursos financeiros e tecnológicos do exterior para o setor elétrico. Predominando o investimento hidrelétrico, multiplicaram-se as companhias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica nas pequenas localidades. As duas primeiras companhias de eletricidade sob controle de capital estrangeiro, que tiveram importância na evolução do serviço elétrico, são a Light e a AMFORP, instaladas nos dois centros onde nasceu a indústria nacional, São Paulo e Rio de Janeiro.
Até a virada do século predominou a geração de energia elétrica através de centrais termelétricas. Em 1901, com a entrada em operação da "Hydroelétrica de Parnahyba" (atual Edgar de Souza), primeira usina hidrelétrica da Companhia Light, este quadro mudou em favor da geração hidrelétrica. No ano de 1907, a Light iniciou a produção de energia elétrica para a cidade do Rio de Janeiro com a entrada em operação da usina hidrelétrica de Fontes no Ribeirão das Lajes, que, em 1909, era uma das maiores usinas do mundo em operação, com uma potência instalada de 24.000 kW.
A partir da década de 20, se fez necessária a ampliação do parque gerador no intuito de atender aos constantes aumentos de consumo de energia elétrica demandados pelo desenvolvimento do setor industrial. Durante essa década a capacidade geradora instalada foi duplicada, sendo que em 1920, dos 475,7 MW instalados, cerca de 77,8% já eram de origem hídrica. Na segunda metade da década de 20, as empresas Amforp e Light assumem o controle acionário de maior parte da empresas de energia elétrica atuantes no país. Assim, em 1930, praticamente todas as áreas mais desenvolvidas do país, e também aquelas que apresentaram maiores possibilidades de desenvolvimento, caíram sob o monopólio dessas duas empresas restando, fora de seus alcances, apenas poucas áreas, inexpressivas, tais como os estados das regiões Norte e Nordeste. No interior destes estados continuaram operando numerosas empresas de porte reduzido, muitas mantidas pelas prefeituras, as quais atendiam o pequeno consumo local.
A mudança de governo na década de 30, trouxe uma nova forma de administrar os recursos hídricos, que passaram a ser considerados como de interesse nacional. O Estado passa a intervir neste setor diretamente, assumindo o poder concedente dos direitos de uso de qualquer curso ou queda d’água com a assinatura do Código das Águas de 1934, em vigor até os dias atuais. Também neste período foi criado o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica (CNAEE), órgão federal responsável pela tarifação, organização, controle das concessionárias, interligação entre as usinas e sistemas elétricos. Ainda na década de 30, os governos federal e estadual passam a ser acionistas e proprietários das empresas geradoras e distribuidoras.
Ao final da década de 30, com a deflagração da Segunda Guerra Mundial em 1939, o país passa por uma crise no setor elétrico devido à falta de investimentos estrangeiros e à baixa produção de equipamentos para centrais hidrelétricas. Assim, no período seguinte, de 1939 a 1947, há apenas um registro de ampliação do parque gerador, o de Ribeirão da Lages. O crescimento da capacidade instalada só foi retomada após o término da Grande Guerra.
A década de 50 inaugura um longo período caracterizado por empréstimos recebidos do Banco Mundial, que favoreceram a implantação de grandes empreendimentos nacionais e binacionais nas décadas seguintes.
Já a década de 60 é marcada pela reformulação dos órgãos federais, pela criação do Ministério das Minas e Energia (MME) e das Centrais Elétricas Brasileiras SA (ELETROBRÁS). O Grupo ELETROBRÁS era formado por quatro empresas controladas de âmbito regional: FURNAS, CHESF, ELETROSUL e ELETRONORTE, e por duas empresas de âmbito estadual LIGHT e ESCELSA. A criação destes órgãos, aliados aos estudos hidroenergéticos desenvolvidos a partir de 1962, consolidou a estruturação do setor elétrico.
Acompanhando o crescimento da economia brasileira das últimas décadas, principalmente nos anos 80, os sistemas de geração e transmissão nacional tiveram que crescer muito para atender às novas demandas de energia com a qualidade e a confiabilidade necessárias ao desenvolvimento do país. Na Tabela 4 estão discriminadas as potências instaladas, com as respectivas taxas de crescimento, no período de 1920 a 1998, e a previsão de ampliação, de 1999 até 2008, segundo o Plano Decenal de Expansão 1999/2008 (ELETROBRÁS, 1998).
Apesar da elevada participação da fonte hidráulica no sistema elétrico nacional, as enormes distâncias entre os diversos centros de demanda estimularam a geração térmica em áreas isoladas com carência de bons potenciais hidráulicos. Somente a partir da interligação das regiões do país antes isoladas, e devido ao elevado preço internacional do petróleo observado nas décadas de 70 e 80, o crescimento na geração térmica passou a ser cada vez menor, até se tornando negativo em 1984. As condições hídricas favoráveis do território brasileiro, aliadas à indisponibilidade de outras fontes energéticas, como o gás natural, o carvão e derivados do petróleo, levaram a se investir maiores recursos na implantação de usinas hidrelétricas.
A capacidade instalada hidrelétrica neste sistema representa 69% do total nacional em operação, dispondo, ainda, de um potencial da ordem de 45 GW, já inventariado, para ser aproveitado.
Em termos de geração termelétrica, na região Sul se localizam as usinas a carvão (Jorge Lacerda, Presidente Médici, São Jerônimo, Charqueadas e Figueira), que totalizam 1.387 MW instalados, e usinas a óleo combustível, que totalizam 96 MW. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste existem usinas térmicas a óleo combustível – 1.441 MW, e a usina nuclear Angra I – 657 MW.
A capacidade atual de transferência do sistema de transmissão que interconecta as regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste é da ordem de 3.600 MW médios, no sentido Sul/Sudeste e 3.900 MW médios no sentido inverso. Esta interligação permite um intercâmbio de energia com característica marcadamente sazonal, com fluxos na direção Sudeste/Centro-Oeste, durante o período de maio a novembro (período seco, Sistema Sudeste/C.Oeste) e na direção Sul, durante o período de dezembro a abril (período chuvoso, Sistema Sudeste/C.Oeste).
· Sistema Interligado Norte/Nordeste - que corresponde aos mercados da região do baixo Tocantins, Belém, área de influência da UHE Tucuruí e toda a região Nordeste, com uma capacidade instalada de 14.716 MW; possui 17 usinas hidrelétricas (14.417 MW – 98%) e 3 usinas termelétricas (299 MW – 2%).
A capacidade instalada hidrelétrica representa 24% do total nacional em operação, dispondo, ainda, de um potencial, na região, de cerca de 61 GW, já inventariado, para ser aproveitado, considerando, no caso do Norte, as bacias do Tocantins/Araguaia, Xingu e Tapajós.
A capacidade atual de transferência da interligação entre as duas regiões é da ordem de 600 MW médios na direção Norte/Nordeste e 700 MW médios na direção Nordeste/Norte. Esta interligação também permite um intercâmbio de energia com característica marcadamente sazonal, com fluxos de energia na direção Nordeste no primeiro semestre do ano, quando existe abundância de água na bacia do rio Tocantins (UHE Tucuruí) e no sentido inverso, no segundo semestre do ano, quando as vazões do Tocantins se reduzem e o reservatório da UHE Tucuruí apresenta deplecionamento acentuado. Assim, durante o primeiro semestre, a região Nordeste armazena energia nos seus reservatórios, aproveitando os excedentes de água da UHE Tucuruí, que são "transportados" pela interligação na forma de energia elétrica e devolve parte desta energia, da mesma forma, quando existe escassez de água no reservatório da UHE Tucuruí.
· Sistemas Isolados – que correspondem a mais de 300 localidades eletricamente isoladas uma das outras, a maioria na região Norte. Dentre elas destacam-se, pelo porte, os sistemas das seguintes capitais estaduais: Boa Vista, Macapá, Manaus, Porto Velho e Rio Branco. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Bahia, Tocantins, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul também apresentam Sistemas Isolados, porém de pequeno porte e com crescimento apenas vegetativo, não exigindo ações de planejamento da expansão por parte das concessionárias locais.
Os Sistemas Isolados da região Norte e do Mato Grosso, em função das particularidades e complexidades específicas de cada localidade, são identificados como "Sistemas das Capitais" e "Sistemas do Interior". Nestes últimos, cerca de 50% das localidades tem período de atendimento diário inferior a 24 horas; além disso, os racionamentos, embora em processo de equacionamento, ainda persistem em um montante da ordem de 20% do mercado.
A capacidade instalada total nos Sistemas Isolados é de 1.932 MW, em dez/98, dos quais 1.367 MW correspondem a usinas termelétricas e 565 MW a usinas hidrelétricas. Cerca de 85% dos Sistemas Isolados estão na região Norte, que engloba os estados da Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Acre, e tem um parque gerador de 1.907 MW (86% do total dos Sistemas Isolados do país), sendo 1.650 MW instalados nas capitais (1.144 MW em usinas térmicas e 506 MW em hidrelétricas) e 257 MW no interior, dos quais 27 MW em Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCH’s e 230 MW em usinas térmicas.
Os 14% restantes da capacidade instalada total estão distribuídos pelos estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul que, apesar de serem estados atendidos pelos Sistemas Interligados, possuem Sistemas Isolados de pequeno porte, totalizando 295 MW, dos quais 246 MW em usinas térmicas e 49 MW em hidrelétricas (ELETROBRÁS,1998).
Na Figura 4, é apresentada de forma gráfica as parcelas representativas da geração hidráulica e térmica para cada um dos sistemas e a representatividade de cada um dos mesmos para sistema elétrico brasileiro.

Para operação deste complexo sistema foi necessária a implantação de um sistema de supervisão para coordenação da operação em tempo real. Estudos realizados pelo Grupo Coordenador para Operação Interligada – GCOI, da ELETROBRÁS, levaram à formação do Sistema Nacional de Supervisão e Coordenação da Operação Interligada – SINSC, cujas atividades objetivariam a eficaz operação do sistema elétrico nacional em tempo real. Em 1º de setembro de 1989, sob a coordenação do GCOI, entrou em operação o Centro Nacional de Operação do Sistema – CNOS, em Brasília/DF, para execução das seguintes atividades:




CAPACIDADE INSTALADA – SISTEMAS INTERLIGADOS




1. Consolidação do Programa Diário de Operação, onde são estabelecidos os despachos de carga das usinas, os intercâmbios de energia entre as concessionárias e os desligamentos previstos para o sistema;
2. Supervisão da Operação em Tempo Real, que consiste no acompanhamento da operação do sistema e tomada de decisões para correção de condições que diferem das que foram estabelecidas;
3. Avaliação da Qualidade da Operação, que consiste na análise do desempenho do sistema e na elaboração de estudos estatísticos da operação.


CAPACIDADE INSTALADA – SISTEMAS ISOLADOS


As atividades do CNOS foram executadas com a participação efetiva de ITAIPU, ELETRONORTE, CHESF, FURNAS, CEMIG, ELETROPAULO, LIGHT, CESP, COPEL, GERASUL e CEEE, empresas integrantes do Sistema Nacional de Supervisão e Coordenação da Operação Interligada - SINSC. Nos mapas 1 e 2 são representadas as concessionárias e a capacidade instalada dos Sistemas Interligados e Isolados, em dezembro de 1998.
A combinação de diversos fatores como a riqueza dos recursos hídricos, reservas insuficientes de petróleo, o carvão de baixa qualidade e o baixo custo da geração hidráulica em relação as outras alternativas levaram o país a realizar grandes investimentos na geração hidrelétrica. Na década de 80 foram investidos mais de 72 bilhões de dólares na ampliação da geração hidrelétrica. Com exceção dos Sistemas Isolados, o parque gerador brasileiro pode ser classificado como essencialmente hidrelétrico, onde o suprimento energético é atendido por usinas de grande porte, situadas freqüentemente distantes dos centros consumidores, o que requer constante atualização na política de transmissão de energia a longas distâncias.






5- Reestruturação do Setor Elétrico







O setor elétrico brasileiro, na década de 80, caracterizava-se pela hegemonia de empresas estatais, pela baixa competitividade, planejamento determinativo da expansão, ampliação da oferta garantida pelo Estado e falta de estímulos à eficiência e à competição, fatores estes que culminaram com tarifas defasadas, obras paralisadas e com a inadimplência setorial generalizada.
Esta situação exigia mudanças radicais no setor, uma grande reestruturação para adaptá-lo ao novo modelo setorial que compatibilizasse a privatização do setor, o livre acesso à rede de transmissão por qualquer agente do sistema e as novas formas de comercialização de energia entre as concessionárias.
Essas mudanças iniciaram-se em 1988 com a promulgação da nova Constituição da República Federativa do Brasil onde, no artigo 175, é determinado que o Poder Público só poderia outorgar, sob regime de concessão e permissão, o direito de prestação de qualquer serviço público, dentre eles a geração e a distribuição de energia elétrica, através de licitação. A partir desta, uma série de leis foram promulgadas para regulamentação do artigo 175.
Para atender a estas mudanças estão em fase de implantação: o Operador Nacional do Sistema (ONS), que será responsável pela coordenação e controle da operação da geração e transmissão de energia nos sistemas interligados e o Mercado Atacadista de Energia (MAE), onde será comercializada livremente toda energia disponível em cada sistema interligado. Com isso, o governo espera garantir o fornecimento de energia com qualidade e confiabilidade, melhorando a eficiência do sistema e a capacidade de autofinanciamento, sem que isso acarrete em um aumento das tarifas dos serviços prestados, devido à implantação de uma maior concorrência do setor.




6- Considerações Finais




As circunstâncias trazidas pela Política Nacional de Recursos Hídricos, conjugadas ao momento de transformação vivido pelo setor elétrico, traduzido pelo ingresso de novos agentes na geração hidrelétrica do país com a conseqüente intervenção em cursos d’água, coloca para o Estado novas dimensões em algumas de suas atribuições enquanto agente responsável pela garantia da qualidade e segurança de obras que, além de estratégicas para o desenvolvimento do país, não podem admitir risco quanto a sua integridade, como é o caso das obras de barramento de um rio.
Assim, não há dúvidas de que a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, conforme preconizada na lei, terá reflexos significativos no setor elétrico, exigindo organização, flexibilidade e capacidade de adequação necessárias a bem caracterizar e representar o seu papel no novo contexto, de forma que a incorporação de novos critérios para a tomada de decisão nas metodologias do planejamento da expansão e da operação se verifique sem prejuízo para a política energética nacional.
Neste contexto, cresce em importância e atribuições o papel do agente planejador da expansão do parque gerador de energia elétrica no país, uma vez que ao realizar os estudos de médio e longo prazo, fundamentais para a oferta de oportunidades de investimento na expansão do setor, deverá estar apto a oferecer cenários onde não haja riscos ocultos, sejam de ordem estrutural, operacional ou ambiental. Em outras palavras, cada empreendimento e oportunidade sinalizados deverão estar adequadamente associados aos respectivos custos, considerados todos os aspectos inerentes a empreendimentos desta natureza.
Logo, é necessário que cada empreendimento autorizado, independente da natureza de seu proprietário, seja projetado dentro dos padrões de segurança tradicionalmente praticados pelo setor elétrico, não sendo aceitáveis riscos próprios, irrelevantes quando o que está em jogo vai além do investimento material e alcança a intangibilidade das questões estratégicas e sobretudo da vida humana.
Apesar da predominância da geração hidrelétrica sobre outras fontes alternativas de geração de energia elétrica, característica própria do sistema elétrico brasileiro, a médio prazo, esta situação não deverá ser modificada. A geração de energia elétrica através de centrais térmicas e de novos projetos com fontes alternativas de geração tem aumentado nos últimos anos, favorecida pela atual configuração econômica nacional. Com a entrada maciça do capital privado no setor elétrico, os novos investimentos tendem para a geração térmica devido ao tempo, ao menor período de amortização do capital inicial aplicado, tornando-se fonte atrativa para os investidores. Desta forma cria-se uma polêmica nas perspectivas futuras das fontes energéticas: hídricas, devido à abundância; ou térmica, devido ao retorno do capital a curto prazo.




QUADRO ENERGIA E USO MÚLTIPLO DA ÁGUA.




"É permitido a todos usar de quaisquer águas públicas conformando-se com os regulamentos administrativos"
A afirmação está no Código de Águas (1934, Artigo 36), que reúne a legislação sobre a matéria do Direito das Águas e regulamenta o uso das águas públicas como um direito de todos. Baseando-se neste princípio, o gerenciamento dos recursos hídricos tem se utilizado da implantação de reservatórios como uma importante ferramenta para o atendimento dos usos múltiplos das águas e satisfação das necessidades humanas. No entanto, devido ao alto crescimento da demanda de energia elétrica e da água destinada ao abastecimento público, industrial e agrícola, o uso múltiplo das águas provocou o surgimento de conflitos que envolvem aspectos ambientais e operacionais, independentemente da finalidade principal do reservatório.
Entre os usos conflitantes dos reservatórios, estão o abastecimento de água, a irrigação, a recreação, a regularização de vazão mínima para o controle da poluição, a navegação e a geração de energia hidrelétrica, onde os benefícios se maximizam com o armazenamento de volumes d'água, que garantam vazões e/ou níveis exigidos pelo uso, e o controle de cheias, que beneficia-se com a criação de volumes vazios, objetivando laminar o volume de água afluente.
Estes conflitos seriam de menor importância, se o uso do recurso hídrico fosse mínimo, mas quando ele aproxima-se do máximo, como no caso da geração de energia hidrelétrica, os conflitos de uso podem adquirir grandes proporções (NEMEC, 1986).
Como exemplo pode-se citar o controle de cheias. Quando são projetadas as usinas hidrelétricas, não existe uma ocupação das planícies de inundação e os estudos de enchentes visam apenas a proteção da barragem. Porém, com a implantação dos reservatórios hidrelétricos há o amortecimento de pequenas cheias (de maior freqüência), o que proporciona uma falsa sensação de segurança para as populações ribeirinhas. Além disso, este tipo de empreendimento traz um maior desenvolvimento econômico para região que, aliado à falta de uma política de planejamento de urbanização, resulta numa maior ocupação sócio-econômica da planície de inundação e consequentemente em maiores impactos. Apesar dos reservatórios do sistema hidrelétrico brasileiro terem sido projetados somente para geração de energia elétrica, o Código de Águas (1934) estabelece a harmonização com outros usos, através do artigo 143 onde :
"Em todos os aproveitamentos de energia hidráulica serão satisfeitas exigências acauteladoras dos interesses gerais :
a) da alimentação e das necessidades das populações ribeirinhas;b) da salubridade pública;c) da navegação;d) da irrigação;e ) da proteção contra as inundações;f) da conservação e livre circulação do peixe;g) do escoamento e rejeição das águas.
Por isso, a partir de 1977, após grandes enchentes na bacia do rio Grande, que causaram muitos prejuízos às comunidades, inclusive o rompimento das barragens de Euclides da Cunha e Limoeiro, a área de Planejamento da Operação dos sistemas elétricos interligados brasileiros passou a planejar o controle de cheias. Devido a estas novas vazões de restrição de jusante, o setor elétrico passou a planejar a operação de reservatórios com a alocação de volumes vazios, para controle de cheias, denominados volumes de espera.
Com a aproximação do século XXI, emerge a preocupação mundial no que se refere ao déficit de água que afligirá a terra no início do próximo milênio. Diante do alerta, o aproveitamento dos recursos hídricos assume uma nova abordagem onde não mais prevalecerão as construções de grandes obras hidráulicas, hoje sujeitas a restrições ambientais. A promulgação da lei 9443, de 8 de janeiro de 1997, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos no intuito de melhor utilizar este bem público. Para atender às demandas de água crescentes faz-se necessário otimizar a operação dos aproveitamentos em busca de melhorar a eficiência dos diversos usos, bem como intensificar o uso de fontes alternativas de energia economicamente viáveis.




7- Bibliografia




ANEEL, SRH & IBAMA, 1998. Atlas Hidrológico Brasileiro (CR ROM, versão 1.0), ANEEL, Brasília, DF.
ANEEL/ELETROBRÁS/MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA – 1997. SIPOT – Sistema de Informação do Potencial Hidrelétrico Brasileiro.
BEN, 1998. Balanço Energético Nacional, Ministério das Minas e Energia, Brasília, DF.
CÓDIGO DE ÁGUAS, 1934 (Arts 36 e 143). Ministério de Minas e Energia, Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE, Brasília, DF.
ELETROBRÁS, 1998. Plano Decenal de Expansão 1999-2008 – GCPS-ELETROBRÁS, Rio de Janeiro, RJ.
ELETROBRÁS, 1999. Relatório Anual do GTIB – Março de 1999, ELETROBRÁS, Rio de Janeiro, RJ.
FREITAS, M. A. V. e COIMBRA R. M., 1998. Perspectivas da Hidrometeorologia no Brasil. In: Tópicos em Hidrometeorologia no Brasil.
GLEICK, PETER H 1993. World Fresh Water Resources. In: Water in Crisis: A Guide to the World’s Freschwater Resources.
MEMÓRIA DA ELETRICIDADE, 1988. Panorama do setor de energia elétrica no Brasil, Centro da Memória da Eletricidade, Rio de Janeiro, RJ.
NEMEC, J.,1986. Hydrological Forecasting. Water Science and Technology Library, Holanda.
ORGANIZAÇÃO METEOROLÓGICA MUNDIAL, 1994. Guía de Prácticas Hidrológicas. OMM, N. 168, Genebra.
WORLD ENERGY COUNCIL, 1996. International Energy Annual 1996, EUA.
SILVA, ODUVALDO BARROSO DA, 1999. A Política Nacional de Recursos Hídricos e o Setor Elétrico, Rio de Janeiro, RJ.
1- Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL . cernach@aneel.gov.br



2- Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL . lidia@aneel.gov.br



3- Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.. raquels@aneel.gov.br4



- Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS. guilhon@eletrobras.gov.br



5- Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS. oduvald@eletrobras.gov.br



6- Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.. mfreitas@aneel.gov.br

domingo, 17 de maio de 2009

Conhecimento e prática: o uso doméstico da água


O acesso ao abastecimento de água potável é vital para a saúde. A água não só é essencial para beber, mas também é necessária para a boa higiene e o saneamento, os quais ajudam a proteger a saúde das famílias e comunidades (Passo a Passo 73). A água é um recurso freqüentemente disputado, porque há muitos usuários competindo pelo acesso a ela e porque muitas pessoas não possuem água suficiente para as suas necessidades.
Muitas organizações financiam projetos de abastecimento de água que visam resolver o problema do acesso à água. Entretanto, elas nem sempre conseguem os resultados que esperam. Mesmo onde as pessoas têm acesso a um abastecimento básico de água, ainda assim pode haver problemas relacionados com a água. Isto ocorre porque os fatores sociais e culturais influenciam o uso, o controle e a qualidade de água.
Foi feita uma pesquisa sobre estes fatores na região de Mosquitia, em Honduras. Usando pesquisas realizadas em casas, grupos focais e a observação, os pesquisadores examinaram o conhecimento, as atitudes e os hábitos das pessoas em relação ao uso doméstico da água. A pesquisa envolveu três grupos étnicos (Garifunas, Miskitos e Mestiços), representando três culturas diferentes, já que a maneira como as pessoas usam água dentro de casa geralmente é influenciada pelos costumes tradicionais. Os líderes comunitários e os alunos de escolas secundárias ajudaram a coletar as informações.
As comunidades que participaram do estudo são todas pobres e enfrentam problemas de segurança alimentar durante partes do ano. Embora haja várias fontes de água nesta região, muitas delas estão contaminadas pela erosão do solo, por substâncias químicas usadas na agricultura, pelo esgoto ou por resíduos venenosos. Cada uma das comunidades que participaram da pesquisa possui um abastecimento de água encanada, que traz água diretamente para dentro da casa de muitas famílias. As comunidades também se beneficiaram com os recentes investimentos governamentais e privados cujo objetivo era criar e melhorar a infra-estrutura e o equipamento local para a provisão de cuidados de saúde. Foram produzidos encontros de treinamento, programas de rádio, cartazes e outros materiais didáticos para promover a boa saúde, inclusive a importância de se tratar a água em casa para torná-la segura para beber.
Apesar de tudo isso, ainda há altos índices de doenças e mortalidade. Muitas destas doenças estão ligadas à utilização, à gestão e ao tratamento de água em casa.
Tratamento de água
A pesquisa constatou que todos nas três comunidades têm algum conhecimento sobre a importância da gestão e do tratamento da água para beber (
Passo a Passo 51). Porém, este conhecimento nem sempre é aplicado. Muitas pessoas não se dão conta de que a água encanada que chega até as casas não é necessariamente segura para beber. Setenta e cinco por cento das famílias garifunas realizam algum tipo de tratamento da água em casa, mas menos da metade das famílias mestiças e miskitas aplicam o seu conhecimento sobre o tratamento de água. Em todos os três grupos, apesar das tradições culturais diferentes, os métodos mais comumente usados para tornar a água adequada para beber são:
· ferver
· aquecer a água ao sol
· colocar cloro. Entretanto, pelo fato de o cloro ser caro, as pessoas nem sempre o usam, a menos que ele seja fornecido gratuitamente pelos postos de saúde.
Armazenamento de água em casa
Depois de tratada, a água geralmente é armazenada em barris, baldes ou recipientes de plástico. Estes nem sempre têm tampas para cobri-los e protegê-los, o que significa que a água se contamina com pó, mosquitos e moscas. Isto se vê em todas as casas.
As pessoas usam vidros ou canecas para mergulhar dentro dos recipientes e pegar água. Com freqüência, muitas pessoas diferentes usam a mesma caneca, e suas mãos entram em contato com a água ao fazerem isto. Como as pessoas geralmente não lavam as mãos, isto pode espalhar germes na água. Muitas vezes, a mesma caneca é usada para pegar água e para beber, sendo reutilizada sem ser lavada. Desta maneira, os germes são transmitidos.
Outros hábitos relacionados
A falta de higiene e saneamento nas casas e nas comunidades é outro fator importante. Por exemplo:
· muitas vezes, os quintais dos fundos estão cheios de lixo doméstico
· as latrinas não são limpas com freqüência
· joga-se lixo perto de fontes naturais de água
· são construídas latrinas perto de rios, e o esgoto de algumas delas vão direto para eles.
Geralmente as crianças destas comunidades não usam sapatos. Quando brincam, elas entram em contato com água, rios e lagos, os quais apresentam diferentes níveis de contaminação. As mulheres passam muito tempo lavando roupa nos rios e em locais que tendem a formar poças de água parada, onde as bactérias que causam doenças podem se desenvolver.
Lavar as mãos é vital depois de ir ao banheiro e antes de preparar e comer os alimentos, mas, muitas vezes, isto é ignorado. Desta forma, a doença pode ser transmitida para outros membros da família ou comunidade.
Conclusão
Embora as informações e o conhecimento sobre a água e o saneamento tenham sido transmitidos dentro destas comunidades, isto não levou automaticamente à mudança de hábitos. Não há apoio e reflexão de longo prazo para incentivar os bons hábitos de higiene e o tratamento da água. Todas as comunidades mostraram ter hábitos que poderiam causar danos à qualidade da sua saúde – este problema não se limita a apenas alguns grupos.
Oferecer acesso à água potável às comunidades não só requer soluções tecnológicas mais eficazes, mas também requer treinamento, conscientização e organização comunitária. Estes são necessários para garantir que todos os membros da comunidade tenham bons hábitos na utilização e no tratamento da água. Este processo requer apoio prolongado baseado em informações e que respeite as tradições culturais locais e leve em conta as diferentes necessidades dos homens, das mulheres e das crianças.
Yudith Contreras Veloso é antropóloga, e este artigo está baseado na pesquisa realizada em 2001 e 2002 para a sua tese sobre “Condições Sanitárias, Diversidade Cultural e
Impacto na Saúde”.

ESTADOS FÍSICOS DA ÁGUA


A água pode ser encontrada em três estados físicos:

A água pode mudar de estado físico como, por exemplo, ir do estado sólido para o líquido. Um exemplo disso é quando deixamos o gelo (estado sólido da água) fora da geladeira e ele derrete virando líquido. Existem nomes que representam cada uma destas mudanças de estados físicos, veja abaixo quais são: Para que aconteçam a fusão e a vaporização é necessário fornecer energia – aquecer – a água. Para que aconteçam a solidificação (mudança de estado liquido para o estado sólido) e a liquefação (do estado gasoso para o liquido) é preciso retirar energia – o calor – da água. A evaporação da água no seu ciclo natural ocorre à temperatura ambiente e é lenta. A água ferve, do liquido para o gasoso, de forma muito mais rápida, por que ocorre a ebulição. O ponto de ebulição da água depende também do nível de pressão do ambiente. Ebulição e vaporação são, na realidade, tipos de vaporização. O que é água?
Pode até parecer um pouco absurdo fazer esta pergunta, mas o que é a água? Já que todos bebemos água e já a utilizamos para as mais variadas necessidades em infinidáveis momentos da nossa vida. Mas, afinal qual é a composição deste líquido que dá vida a todo o planeta terra? A água é formada por dois átomos de hidrogênio (H2) e por um átomo de oxigênio (O), formando assim, a molécula H2O.

IMPORTÂNCIA E PROPRIEDADES DA ÁGUA



A Terra é o único planeta do Sistema Solar onde existe água na forma líquida. Praticamente todas as formas de vida conhecidas dependem da água, o que explica o fato de se encontrarem organismos vivos apenas na Terra.A maior parte da água no planeta está nos oceanos e mares. Só 3% estão nos rios, lagos, nas geleiras e nos glaciares. A água doce encontra-se também debaixo da superfície do solo - é o que se chama lençol freático.Conforme o lugar, formam-se verdadeiros rios subterrâneos. O ser humano faz perfurações profundas em alguns locais para captar água - são os poços artesianos.


Ciclo hidrológico, ou ciclo da água


A água também faz parte do corpo dos seres vivos. Percebemos sua existência em nosso corpo quando transpiramos, urinamos ou choramos, embora nesses casos, ela esteja misturada com outros produtos do nosso metabolismo.A água está sempre se renovando. Existe um ciclo hidrológico, ou ciclo da água. Isso quer dizer que não existe "água nova". A água que se bebe, já foi nuvem (vapor), por exemplo. Essa renovação se repete desde o início da vida na Terra. Assim, a água que abastece os seres vivos hoje, é a mesma que os
dinossauros bebiam! Por isso é tão importante evitar a poluição e o desperdício. Caso contrário, a água se esgotará e com ela toda a vida.

Três estados da água

A água pode ser encontrada na natureza em três estados físicos: sólido (gelo), líquido, e gasoso (vapor de água - a nuvem é água em vapor).A água do ambiente (incluindo a que se encontra nos seres vivos) evapora por ação do calor. Quando nossa transpiração seca, por exemplo, a água evapora e passa do estado líquido (gotas de suor) para o gasoso.No vapor de água existem gotinhas minúsculas, tão leves que são carregadas pelo ar. Então, formam-se as nuvens, da água que evapora dos oceanos, mares, lagos e rios. A mudança de temperatura causa um fenômeno chamado condensação (que é quando as inúmeras gotinhas se unem).A água passa do estado gasoso para o líquido, na forma de chuva. Essa, por sua vez, cai de volta no ambiente. A terra absorve essa água que é aproveitada, parte pelas raízes das plantas e parte vai para os lençóis freáticos. Esse ciclo nunca pára.

Propriedades da água

Veja as características fazem da água um recurso único e fundamental na natureza.
Capacidade térmica: quando se aquece um copo de papel com água dentro, pode-se notar que o papel não queima e a temperatura da água aumenta. Isso acontece porque a água é capaz de absorver o calor do papel. Essa propriedade é conhecida como capacidade térmica.Os vegetais, que têm água em sua composição, conseguem absorver a radiação solar (para realizar a fotossíntese) sem se queimarem. A transpiração, tanto nos vegetais quanto nos animais, tem o mesmo efeito: auxilia o resfriamento do corpo, pois a água, quando evapora, absorve uma grande quantidade de calor do meio onde está.Outro exemplo é a água do mar ou mesmo da piscina: quando há uma variação grande de temperatura externa, a temperatura da água quase não se altera. Essa capacidade térmica da água se deve à propriedade do calor específico.
Calor específico: é a quantidade de calor necessária para alterar em 1°C a temperatura. A água possui um elevado calor específico, ou seja, é necessário fornecer ou retirar uma grande quantidade de calor para alterar a sua temperatura.
Solvente universal: a água é capaz de quebrar substâncias como açúcar ou sal, por exemplo, em partes tão pequenas que não conseguimos mais enxergá-las. Essa capacidade de dissolver as substâncias faz a água ser considerada um solvente universal.
Transporte: a água tem a propriedade de transportar líquidos e partículas de substâncias. Essa capacidade de transportar substâncias é vital nos seres vivos, pois o sangue, feito aproximadamente de 60% de água, transporta para diferentes partes do corpo gases (como oxigênio, gás carbônico), hormônios, nutrientes e produtos da excreção.
Tensão superficial: Por causa das características físicas e químicas da água forma-se uma tensão superficial. É uma força capaz de manter a água unida, ou coesa, como se uma capa a cobrisse. Objetos leves, como folhas e alguns insetos, não conseguem romper essa camada. Por essa razão, não afundam, e às vezes nem se molham.
Existe até uma espécie de
lagarto
que corre por cima da água. É que, pelo formato de suas patas, formam-se bolhas na parte inferior, e a tensão superficial não deixa que ele afunde. O detergente, porém, é capaz de romper esta película que se forma na superfície da água, "quebrando" a tensão superficial.

FUNÇÕES :A AGUA COMO SOLVENTE UNIVERSAL



Solvente universal - Atua como dissolvente da maioria das substâncias celulares. É o líquido em que estão dispersas as partículas do colóide celular, que estudaremos mais adiante. É fundamental para as reações químicas que ocorrem no organismo. Exemplo: participa das reações de hidrólise na matéria viva.
•Transporta substâncias dentro ou fora da células. •É uma via de excreção, ou seja, arrasta para fora do corpo as substâncias nocivas produzidas pelo indivíduo, assim como as que estão em excesso.
•Termorregulação: é importante fator de termorregulação dos seres vivos. 0 calor específico da água (ou seja, número de calorias necessárias para elevar a temperatura de 1 grama de água de 14,5'C para (15,5'C) é o valor mais alto entre os solventes comuns, ou seja, igual a 1. Sabemos, experimentalmente, que quanto maior o calor específico de uma substância, menores variações de temperatura ela experimenta pois, quando se fornece calor a tal substância, determinada quantidade de calor é absorvida. Graças a isso, a água contida nos organismos vivos conserva, praticamente, constante a temperatura de tais organismos em relação ao seu ambiente. Deve-se, provavelmente, a tal propriedade o fato de terem sido os oceanos o meio ideal para a origem da vida e para a evolução das formas mais primitivas de seres vivos.

Aproveitamento de água de chuva







O sistema de captação, filtragem e armazenamento de água de chuva, é indicado para tanto para utilização residencial, quanto para comercial e industrial.
Esses sistemas utilizam telhados e calhas como captadores da água de chuva, que é dirigida para um filtro autolimpante e levada para uma cisterna ou tanque subterrâneo.Para evitar que a sedimentação do fundo da cisterna se misture com a água, esta é canalizada até o fundo. Estocada ao abrigo da luz e do calor, a água se mantém livre de bactérias e algas. Uma outra parte do sistema cuida de sugar a água armazenada de pontos logo abaixo da superfície, para não movimentar eventuais resíduos.
Ao optar pela reutilização, da água de chuva, lembre-se que esta poderá ser utilizada no abastecimento da piscina, para resfriar equipamentos e máquinas, em serviços de limpeza, para descarga de banheiros, no reservatório contra incêndio e na irrigação de áreas verdes.
E lembre-se: a água da chuva não pode ser utilizada como água potável.
Como economizar água
Para começar você pode:
Conhecer e seguir todas as regras de conservação e racionamento de água que possam estar em vigor.
Ajudar a desenvolver a consciência das crianças sobre a necessidade de se conservar água.
Encorajar seus funcionários a promover a conservação de água em seu local de trabalho.
Divulgar negócios que pratiquem e promovam a conservação de água.
Avisar ao proprietários de imóveis, a autoridades locais ou à concessionária de água de sua cidade sobre toda perda de água (encanamentos rompidos, hidrantes abertos, aspersores mal instalados, poços que tenham fluxo constante abandonados etc).
Apoiar projetos de utilização de água reciclada para irrigação e outros usos. Encorajar seus amigos e vizinhos a fazer parte de uma comunidade consciente da importância da água.
Não desperdiçar água porque outra pessoa está pagando a conta.
Resumindo: tente fazer cada dia algo que resultará em mais economia de água. Não se preocupe se as economias são mínimas.
LEMBRE-SE: Cada gota conta. E cada pessoa faz a diferença!

sábado, 16 de maio de 2009

Atitudes sustentáveis


Show Sustentável: Troque seu Lixo Reciclável por Ingresso

Muito se tem falado de sustentabilidade, sustentabilidade empresarial, sustentabilidade social, sustentabilidade ambiental, mas tudo isso só se torna possível diante de atitudes sustentáveis. E podemos nos orgulhar por sermos o palco do primeiro show sustentável do planeta, para ser mais preciso será na cidade do Rio de Janeiro, na Praça da Apoteose. O show está [...]Leia Mais...
Empreendimentos Sustentáveis a Saída Para o Planeta

Temos a consciência de que nosso planeta não agüenta mais o atual ritmo de consumo e as exigências cada vez mais altas e prementes de nosso modo de vida. Para isso, a solução que os estudiosos encontraram é o uso inteligente e comedido dos recursos naturais. Mas, para que isso saia [...]Leia Mais...

Água e a sustentabilidade


Consumo Sustentável significa saber utilizar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer as necessidades e aspirações das gerações futuras. Para isso precisamos somente dar mais atenção com o que está ao nosso redor, no nosso ambiente.
Noventa e sete por cento da água existente no planeta Terra é salgada (mares e oceanos), dois por cento formam geleiras inacessíveis e, apenas um por cento é água doce, armazenada em lençóis subterrâneos, rios e lagos...
Pois é, temos apenas 1% de água, distribuída desigualmente pela Terra para atender a população mundial! E esse pouco de água que nos resta está ameaçado pois somente agora estamos nos dando conta dos riscos que representam os esgotos, o lixo, os resíduos de agrotóxicos e industriais. Cada um de nós tem uma parcela de responsabilidade nesse conjunto de coisas.
Sabemos que não dá para viver sem água, então, a saída é fazer um uso racional deste precioso recurso natural. A água deve ser usada com muita responsabilidade.



A qualidade das águas dos mananciais e a preservação ambiental são fatores primordiais para garantir o abastecimento público. Todos os mananciais, inclusive os protegidos por lei, estão submetidos aos efeitos da ocupação desordenada e uso inadequado do solo e aos efeitos da poluição ambiental.
As companhias de saneamento básico buscam fontes de água de boa qualidade e utilizam alta tecnologia de tratamento para eliminar todos os poluentes e agentes ameaçadores à saúde. Assim garantem que a água fornecida à população seja potável.
O padrão de potabilidade da água tratada e consumida pela população deve seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) - garantindo a inexistência de bactérias e partículas nocivas à saúde humana. Dessa forma, evita-se o surgimento de epidemias, como por exemplo, a cólera e o tifo.



O sistema de captação, filtragem e armazenamento de água de chuva, é indicado para tanto para utilização residencial, quanto para comercial e industrial.
Esses sistemas utilizam telhados e calhas como captadores da água de chuva, que é dirigida para um filtro autolimpante e levada para uma cisterna ou tanque subterrâneo.Para evitar que a sedimentação do fundo da cisterna se misture com a água, esta é canalizada até o fundo. Estocada ao abrigo da luz e do calor, a água se mantém livre de bactérias e algas. Uma outra parte do sistema cuida de sugar a água armazenada de pontos logo abaixo da superfície, para não movimentar eventuais resíduos.
Ao optar pela reutilização, da água de chuva, lembre-se que esta poderá ser utilizada no abastecimento da piscina, para resfriar equipamentos e máquinas, em serviços de limpeza, para descarga de banheiros, no reservatório contra incêndio e na irrigação de áreas verdes.
E lembre-se: a água da chuva não pode ser utilizada como água potável.



Para começar você pode:
Conhecer e seguir todas as regras de conservação e racionamento de água que possam estar em vigor.
Ajudar a desenvolver a consciência das crianças sobre a necessidade de se conservar água.
Encorajar seus funcionários a promover a conservação de água em seu local de trabalho.
Divulgar negócios que pratiquem e promovam a conservação de água.
Avisar ao proprietários de imóveis, a autoridades locais ou à concessionária de água de sua cidade sobre toda perda de água (encanamentos rompidos, hidrantes abertos, aspersores mal instalados, poços que tenham fluxo constante abandonados etc).
Apoiar projetos de utilização de água reciclada para irrigação e outros usos. Encorajar seus amigos e vizinhos a fazer parte de uma comunidade consciente da importância da água.
Não desperdiçar água porque outra pessoa está pagando a conta.
Resumindo: tente fazer cada dia algo que resultará em mais economia de água. Não se preocupe se as economias são mínimas.
LEMBRE-SE: Cada gota conta. E cada pessoa faz a diferença!

Feira de ciências - Colégio CMO

Em breve estaremos publicando os preparativos do 6º ano B para a feira de ciências do Colégio CMO.
A
G
U
A
R
D
E
M

AFINAL: O que é sustentabilidade?

Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, os seus membros e as suas economias possam preencher as suas necessidades e expressar o seu maior potencial no presente, e ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.
A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter em vista 4 requisitos básicos. Esse empreendimento tem de ser:
ecologicamente correcto;
economicamente viável;
socialmente justo; e
culturalmente aceito.


SABIA QUE:

.. por cada litro de óleo usado, ao infiltrar-se nos lençóis subterrâneos pode causar a contaminação de mais de 900 000 litros de água potável?
... cada pessoa produz em média cerca de 1Kg de resíduos por dia, quando no inicio do século XX, a média mundial não chegava aos 20g diários?
... cada vez que se uma garrafa de vidro é reciclada, poupa-se a energia de uma lâmpada de 100W ligada durante 4 horas?
...as perdas de água por um autoclismo que esteja a pingar podem levar ao desperdício de mais de 171 000 litros de água em 6 meses?
...a âncora de um navio de cruzeiro pode provocar a destruição dos fundos marinhos numa área de cerca de metade de um campo de futebol?
...os mares e oceanos são responsáveis pela produção de 90% do oxigénio existente na atmosfera?
... o símbolo da reciclagem foi baseado na Fita de Möbius?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Polêmico projeto sobre terras na Amazônia avança no Congresso


Um polêmico projeto de lei para regulamentar a propriedade de terras na Amazônia foi aprovado com modificações na Câmara dos Deputados e passará para o Senado, onde terminou hoje uma vigília de diversos parlamentares que se opõem às mudanças. O projeto foi aprovado pela Câmara no final da noite de ontem, ao mesmo tempo em que cerca de 30 senadores realizavam uma vigília em defesa da Amazônia junto a ativistas de ONGs e que terminou na manhã de hoje.
A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, disse que “o Senado terá sua oportunidade para reparar o que não foi aprovado na Câmara dos Deputados”, evitando “consequências nefastas para a Amazônia”.
A lei foi proposta pelo Governo federal e propõe a regularização de terrenos com até 1.500 hectares que foram ocupados na Amazônia antes de 2004.
A proposta original inclui firmes compromissos para os que receberem os títulos de propriedade. Eles seriam obrigados a recuperar as áreas já desflorestadas e teriam limites para novas derrubadas de árvores.
No entanto, a chamada “bancada rural” amenizou tais obrigações no projeto e, além disso, acrescentou um artigo que estabelece que o Governo deve indenizar os fazendeiros que perderem a propriedade no caso de descumprimento das leis ambientais.
O projeto agora inicia um difícil trâmite no Senado, no qual deverá passar por três comissões antes de chegar ao plenário para o debate definitivo.
O secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger, defendeu hoje o projeto original e afirmou que “não haverá desenvolvimento (na Amazônia) sem preservação”.
Mangabeira Unger afirmou que “é necessário fazer tudo ao mesmo tempo” e sentenciou que “o problema prioritário é o controle da terra”.
Segundo o secretário, apenas 4% das terras amazônicas que estão em mãos privadas estão devidamente regularizadas.

Fonte: IG

Inauguramos hoje o BLOG DA SUSTENTABILIDADE.

Blog criado pelos alunos do 6º ano B do Colégio Minoso do Oeste (CMO) sob a regência da professora de música Alessandra Leal.